Toy Story 3: Andy e seus brinquedos |
Brinquedos que têm vida própria, quando humanos não estão olhando, e são felizes em proporcionar alegria aos seus donos, é o ingrediente principal dessa historia dividida em três filmes. No último filme da série, concorrendo ao Oscars, a trama central está focada na ida do dono dos brinquedinhos à Universidade. Ele já crescera e não brinca com os mesmos e ficam largados, esquecidos e então sua mãe quer doá-los uma creche; Andy é pego em uma situação na qual ele tem que abrir mão daqueles que sempre o proporcionaram momentos divertidos, companheiros de aventuras imaginárias, amigos de plástico. Mas, como abrir mão? Certas coisas são difíceis de serem largadas, deixar para trás.
Poderia fazer como Andy no início do filme, não querer doá-los, colocar numa sacola e por no sótão, sempre seriam seus, mas ai os brinquedos entrariam em depressão. A vida deles é proporcionar momentos de alegrias ao seu dono, imagine ficar preso numa caixa, inúteis. Uma vez doados, eles poderia proporcionar felicidades para outras crianças, eles estariam felizes, certo? Não, de certo modo. Os brinquedos são leais aos seus donos, eles não estariam completos, provavelmente pensariam que era uma traição deles para com o dono.
Eu tive esse ônibus de brinquedo, depois de um tempo parei de brincar com ele, meu primo o adorava, eu morria de ciúmes, minha mãe quis que eu desse a ele, evitei o máximo possível, mas no fim acabou nas mãos dele. O ciúme me consumia, vê meu favorito na mão de outra pessoa, sendo usado por outra pessoa, amado por outra pessoa, me machucava. Mas eu consegui dá-lo, superei. Coisa que muitas vezes não conseguimos fazer em vários momentos de nossa vida. Abrir mão de amigos, amores, momentos. O que é totalmente justificável, afinal, as vezes não conseguimos abrir mão de um objeto de plástico que, para nós, se apresentam como inanimados, imagina algo mais consistente, mais importante.
Nessas horas uma parte de você quer se permitir, mas a outra fica indecisa, como se fossem dois anjinhos em cada lado, um dizendo “vai em frente” e o outro “e se...”, ai tudo ‘fode’. E se seguir em frente e não ser o certo? E se você escolher uma rua, sendo outra que levava para o seu destino? E se você não se der bem nesse outro curso quando tudo ia bem no outro? E se você esperar e o tempo simplesmente passar? E se você abrir mão de um amor e não o ter mais, sendo que ainda existia a chance de dá tudo certo?
Odeio “e se...”. Mas como vi em um filme: "do que adianta viver a vida sabendo o dia que vai morrer? Não teria graça; você acabaria tentando fazer de tudo para tá preparado quando o momento chegar ou ficaria em eterna depressão". Então por mais que eu te pergunte as respostas dessas perguntas, qual seria a graça de ouvir? Então me cabe viver, tentar me permitir, errar, acertar, seguir em frente, superar, colocar na cabeça que passado muitas vezes devem ficar lá no passado. Não adianta deixar o brinquedo ali empoeirado, outras crianças querem brincar, só preciso me certificar de estar o passando para alguém que tenha o mesmo cuidado que tive, o deixe nas mesmas condições que deixei, o ame da mesma maneira que amei.
Adorei o texto, e fala de uma verdade, de momentos que passamos e precisamos supera-los... Está de parabéns.
ResponderExcluirQue lindo Calleo. Amei ^^
ResponderExcluirUm bom texto, sendo (in)conscientemente criado de um provável bom filme.
ResponderExcluir-
E como me sinto assim em vivenciar inúmeros "e se..."! Não recomendo e obrigo-me a deixá-los partir!
Abraços.